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quarta-feira, 10 de maio de 2017

(VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER) Será mesmo repetitivo o resgate dos valores maternais e familiares?

Foto adaptada do Site http://www.tvcidadesbt.com.br. 


A imagem está distorcida, mais parece uma obra de arte, mas se trata do corpo de uma mulher, assassinada pelo próprio filho, com golpes de facão.

4.762 assassinatos de mulheres foram registrados no ano de 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex, quase 20% inclui também as mortes por outros membros da família, como filhos e filhas. Essas quase 5 mil mortes representam 13 homicídios femininos diários naquele ano e colocam o Brasil no 5º lugar no ranking mundial.

Dados sobre a violência sexual: 89% das vítimas são do sexo feminino e em geral têm baixa escolaridade. Desses 89%, 70% são crianças e adolescentes. Em metade das ocorrências envolvendo crianças, há um histórico de estupros anteriores. 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima e até pelos pais (SER PAI TAMBÉM É UM CONHEICMENTO ÓBVIO).

Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) em 2015 revela que 70% da população brasileira, por presenciar os atos de violência contra a mulher dizem que ela sofre mais violência dentro de casa do que em espaços públicos de todo o país. Isso indica que a maioria da nossa população já começa a se preocupar com os fatos (MAS TEM UMA MINORIA EM APODI QUE NÃO).

Na pesquisa acima, 7 em cada 10 entrevistados (brasileiros) consideram que as brasileiras sofrem mais violência dentro de casa do que em espaços públicos, metade avalia ainda que as mulheres se sentem de fato mais inseguras dentro da própria casa. Os dados revelam que o problema está presente no cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, isto porque 54% conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parceira. E 69% afirmaram acreditar que a violência contra a mulher não ocorre apenas em famílias pobres.

Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180

O serviço telefônico Ligue 180 realizou 749.024 atendimentos em 2015. Desse total, 41,09% corresponderam à prestação de informações; 9,56%, a encaminhamentos para serviços especializados de atendimento à mulher; 38,54%, a encaminhamentos para outros serviços de tele atendimento (190/Polícia Militar, 197/Polícia Civil, Disque 100/SDH).

Em comparação a 2014, houve aumento de:
44,74% no número de relatos de violência
325% de cárcere privado (média de 11,8/dia)
129% de violência sexual (média de 9,53/dia)
151% de tráfico de pessoas (média de 29/mês).

Cem por cento das brasileiras sabem da existência da Lei Maria da Penha (UM CONHECIMENTO ÓBVIO)

Desde 2009 o Senado pergunta às entrevistadas se já ouviram falar da Lei Maria da Penha e sempre registra um elevado percentual de conhecimento sobre a existência da Lei: em 2011 eram 98%, e em 2013, 99%. Em 2015, praticamente 100% das entrevistadas declararam saber da Lei. Perguntadas, uma em cada cinco mulheres declara já ter sofrido algum tipo de violência; dessas, 26% ainda convivem com o agressor.
Nós acreditamos que 100% de todas as mulheres e homens brasileiros também sabem que NASCEMOS DE UMA MULHER. Dado idêntico.

Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado – Pesquisa ralizada pela Fundação Perseu Abramo (FPA/SESC, 2010)

– Cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos no país; 91% dos homens dizem considerar que “bater em mulher é errado em qualquer situação”. (MAIS UM DADO QUE REVELA UM CONHECIMENTO ÓBVIO).
– Uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”.
– O parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais 80% dos casos reportados.
– Cerca de Seis em cada sete mulheres (84%) e homens (85%) já ouviram falar da Lei Maria da Penha e cerca de quatro em cada cinco (78% e 80% respectivamente) têm uma percepção positiva da mesma.
Questionamento: TODO ESSE CONHECIMENTO, MAS AINDA SÃO ELEVADOS, TODOS OS NÚMEROS RELACIONADOS COM A VIOLÊNCIA. Por quê?

Sem contar que há ainda a violência de gênero, aquela que a mulher se depara com certas “barreiras” somente por ser mulher. Um dos efeitos desta é a influência no salário da mulher e em sua capacidade de manter um emprego.
Vários estudos apontam que os custos sociais e econômicos da violência contra as mulheres são enormes e têm efeito cascata em toda a sociedade. As mulheres podem sofrer vários tipos de incapacidade – passageira ou não – para o trabalho, perda de salários, isolamento, falta de participação nas atividades regulares e limitada capacidade de cuidar de si própria, dos filhos e de outros membros da família (Do Site Compromisso e Atitude: Lei Maria da Penha).

Os dados aqui expostos não apenas revelam quantidades, mas a qualidade dos valores que a família, a mulher, o homem e a sociedade preservam. O simples conhecimento de que SOMOS FILHOS DE UMA MULHER, parece não ser suficiente ou parece ser ESQUECIDO no momento de se praticar qualquer ato de violência. Acreditamos ainda que este fato NÃO É VALORIZADO. E a maior prova disso, é quando assistimos, em rede social, UMA MULHER, usar uma postagem que incentiva a valorização de sentimentos MATERNAIS, para chacotear esse incentivo por pura POLITICAGEM. Sim, só para demonstrar (não sei para quem) que tem uma concepção totalmente oposta a qualquer que seja a ação de uma dada gestão pública. E nem falo dos profissionais do Direito, que também usam da mesma tática.


A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER TAMBÉM É UM CONHECIMENTO ÓBVIO

“A violência contra a mulher não é um fato novo. Pelo contrário, é tão antigo quanto a humanidade. O que é novo, e muito recente, é a preocupação com a superação dessa violência como condição necessária para a construção de nossa humanidade” (BRASIL, Mapa da Violência – Homicídios de Mulheres no Brasil, 2015).

Essa é a realidade. Guardamos muitos conhecimentos ÓBVIOS, precisamos mesmo é de aprender a usá-los. É deveras importante RECONHECER que nascemos de uma mulher. Este saber nunca é REPETITIVO em lugar nenhum, e mais ainda em uma sociedade que ainda não o valoriza, muito menos o usa.

Maior parte dos dados extraídos do Mapa da Violência (2015)
Outros dados do Site Compromisso e Atitude – Lei Maria da Penha

Alguns casos: 
Caso 1
Caso 2
Caso 3
Caso 4
Caso 5
Caso 6

Nota: são somente alguns casos, e todos sabiam que eram filhos de uma mulher. 

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