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segunda-feira, 16 de março de 2015

OPINIÃO: Com Paulo Freire em sacrifício? Sinceramente essa marcha não me atrai.

Uma das faixas exibidas na marcha pelo impeachment de Dilma

Até aqui tenho como marca da minha idoneidade para opinar a condição de não ser oficialmente filiada a nenhum partido político. Tenho um partido: o meu, o do eleitor, que para mim deve ser o conhecimento sobre os seus direitos, baseado nas suas experiências cotidianas, como é o caso das condições de vida, de liberdade, de dignidade e da tão falada democracia. 

Aliás, é por esta democracia ser falada e ao que me parece praticada, que estou afora a opinar. E dela vou pegar a custos (porque sei que me atirarão pedras), um pouco de espaço para também manifestar um protesto, não á marcha e sua organização, porque assim não estaria sendo democrática, mas à tentativa de emudecimento da busca pelo conhecimento de um dos mais nobres pensamentos em favor de tudo que enseja ser popular, a teoria de Paulo Freire. 

Tive a oportunidade de ouvir falar em Paulo Freire somente na faculdade, o nome é sempre citado. Mas, eu i conheci em casa, quando li alguns dos seus livros. E em todas as minhas leituras buscando entender a real função de um professor que atua nas classes populares, não encontrei ninguém, nenhum pesquisador ou escritor que deixasse tão clara a relação entre educação e desenvolvimento de uma nação. 

Paulo Freire escreveu sobre as possibilidades da educação para o oprimido (nosso povo brasileiro), que às vezes não se enxerga como tal e defende as classes que o oprimem; também escreveu sobre as possibilidades de o professor trabalhar uma educação libertadora, para a autonomia do ser humano, além de com seu discurso me ensinar que política e educação têm que caminhar juntas, e que temos de lutar por isso enquanto membros do povo sem se deixar usar pelas elites, que são maquiavélicas e manobradoras, principalmente quando tomam como ponto fraco a ignorância dos que compõem as massas populares. 

Sem se estender muito, Paulo Freire não precisou subir em um palanque eleitoral, mentir, prometer, mostrar os erros e o total de bens públicos disponíveis, defender mudança, ser eleito, tomar o poder, para depois decepcionar o povo que ele tanto defendeu. Ele desceu à sala de aula, viveu a sua teoria primeiro na prática, depois a escreveu e a deixou como legado, sem ferir a sua personalidade de educador. Diferente de muitos dos que estão à frente da nação e também na liderança dessas MANIFESTAÇÕES por impeachment.

Para falar a verdade, não me surpreendo com notícias de CORRUPÇÃO no Brasil. Para mim, roubos na Petrobrás sempre existiram, a explosão atual tem meta a ser alcançada, somente isto, nada mais. Por diversas vezes,quando lia o próprio Paulo Freire, percebia que ela estava ali o tempo todo e que a fala do Mestre era sobre a importância de o povo tomar o seu lugar no pódium da política e manifestar-se, democraticamente, mas sabiamente, observando-se como integrante que, inclusive podia ser usado como massa de manobra. Acho que a nossa falha educativa nunca ficou tão clara: o povo cobra tudo e no final não sabe o que: A baixa do preço da gasolina? O fim da corrupção? A expulsão da Presidente?   O fim de um partido? Ou a queima de tudo quanto diz respeito ao que já foi conquistado pelo povo, incluindo-se neste meio todos os materiais escritos que defenderam inclusive uma educação que libertasse o povo das amarras elitistas? 

Pasmem! Na imagem acima, fotografada no dia D de manifestação pela retirada de um partido do poder, estava lá escrito em uma faixa: 

CHEGA DE PAULO FREIRE!

Se tudo já estava quase claro para mim nesse meio confuso de manifestações, a gota d'água final lavou o último cisco: não existe uma manifestação popular sequer que grite pela JUSTIÇA, que é o único fenômeno capaz de começar a gerar a verdadeira MUDANÇA. 

Essa gritaria por um Brasil Melhor, originada na garganta daqueles que também participam dos mesmos atos de corrupção e tentam manobrar os que não têm condições de refletir e comparar passado com presente, ver e rever o que foi dito, o que foi ou não feito, e  lugar do POVO, em toda essa história, NÃO, isso NÃO ME ATRAI. 

Por Mônica Freitas 



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